sábado, 30 de julho de 2016

OS DIREITOS DO HOMEM

Pessoa e Sociedade
O autor do livro afirma que a pessoa é um todo, mas não um todo fechado. Mas sim, um todo aberto, que não é um pequeno deus sem portas e sem janelas como a mónade de Leibniz, ou um ídolo que não vê, não ouve, nem fala. Esse ponto do texto nos chama atenção por permitir uma interpretação dúbia, e até mesmo antagônica, no contexto religioso. Mas, preferimos não adentrar, pelo menos por ora, nesse questionamento. Apenas chamar atenção para essa colocação de Jacques Maritain.

Voltando a leitura, o autor descreve que por sua própria natureza, a pessoa tende para a vida social e para a comunhão, não somente em virtude das necessidades e indigências da natureza humana, em razão delas cada um tem necessidade dos outros para a sua vida material, intelectual e moral, também, por causa da generosidade radical inscrita no próprio ser da pessoa; por ser espírito aberto às comunicações da inteligência e do amor, o que exige a relação com outras pessoas. Fica o questionamento dessa afirmação de necessidade intelectual e moral. Entendemos que a necessidade material engloba as necessidades físicas naturais a todos os seres. Mas, o intelectual e a moral não surgem com a origem da pessoa e sim, com a origem da sociedade.

Prosseguindo com a leitura, o autor expressa, de maneira absoluta que a pessoa não pode está só. O que ela sabe, quer transmitir. E quer afirmar-se a outras pessoas. Essa necessidade do homem viver no meio de outros homens, a sociedade forma-se como algo exigido pela natureza humana. O homem é um animal político, portanto, exige a vida em sociedade civil e não somente a sociedade familiar. A cidade é uma sociedade de pessoas humanas. Na realidade, ao observarmos, todo ser vivo busca o convívio entre seus pares e não somente a pessoa humana.

Jacques Maritain define que a pessoa é um todo de todos, porquanto a pessoa como tal é um todo. Um todo de liberdades, porquanto a pessoa implica domínio de si ou independência, não a dependência absoluta, porque esta é peculiar a Deus. Entendemos que a independência almejada pela pessoa é a que o torna livre para agir, porém, jamais isolada

Ele define que a sociedade é um todo e cujas partes são em si mesmas, outros todos. Visa um bem que lhe é próprio e também uma obra, distintos do bem e da obra dos indivíduos que a compõem. Bem e obra que são e devem ser por essência “humanos”. Que se pervertem, caso não contribuam para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento das pessoas humanas. Podemos interpretar a sociedade como um todo, constituída por outros todos, já que a pessoa é um todo e a sociedade é constituída por pessoas. Aqui destacamos a afirmação do autor, que o bem e a obra da sociedade são distintos do bem e da obra dos indivíduos, portanto, o bem e a obra da sociedade são e deve ser por essência “humanos”. Paradoxo que revela a indissolúvel relação da pessoa com a sociedade, e essa propicia à pessoa o bem e a obra de um todo de todos. Se não contribuírem para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento das pessoas humanas, se pervertem. A separação da natureza humana, distanciando do Absoluto.

Tudo isso desencadeia a base das sociedades constituídas e suas premissas, estabelecendo diretrizes e normas que conduzem a pessoa ao convívio de todos a um bem comum. Na próxima etapa descreveremos a visão do autor do livro, sobre esse assunto. Boa leitura!

DESRESPEITO E MENDACIDADE

Nesse post abordamos uma questão que se repete em todas as esferas das gestões públicas, pela passividade do povo que não questiona seus representantes pelo comodismo e desinteresse, deixando-se desvairar pelo hábito contínuo em reclamar se posicionando como se tivesse conhecimento de causa, mas agindo meramente como transmissor de ato perpetrado pelos ditos oposicionistas, que fazem uso da massa estupefata e ignota, para transparecer como indefectíveis, porém, agem de forma congênere a seus pares. Vamos usar um caso para exemplificar a nossa colocação, com certeza, você poderá se lembrar de outros casos que tenha conhecimento. Veja a manchete abaixo:

A extensão da Linha 4 Amarela do Metrô de São Paulo não tem prazo para começar.

Esse descaso da extensão do Metrô tem sua origem desde a elaboração do projeto de implantação desse meio de transporte na cidade. Quem tiver interesse em aprofundar no assunto, pode realizar a pesquisa e verá as diferenças do projeto original para o que de fato ainda está em implantação.

Usar esse meio de transporte como promessa política garante ao candidato uma excelente estima para com o povo, pois, é um meio de transporte que desperta o interesse da massa, pela facilidade na locomoção e redução do tempo de deslocamento pela cidade. Era, porque a cada ano tem se agravado as ocorrências que arranham a imagem do que era um excelente serviço prestado.

Sempre em anos de eleições, as mesmas promessas voltam à berlinda com alaridos. Obras com promessas de prazos finalizados e garantindo um serviço de qualidade. Passam as eleições, então, voltam a falar das promessas somente quando necessita dar uma justificativa para o aumento do valor para concluir a obra e culpar terceiros, eximindo a incompetência da gestão pública.

A extensão da Linha 4 depende da conclusão da obra da Estação Vila Sônia, que estava prevista para 2014. O prazo de entrega dessa obra foi alterado várias vezes e que agora está previsto para 2019. A promessa de extensão dessa linha visava obter votos da população das regiões atendidas pelo Metrô e os seus usuários habituais, além da população do município vizinho, Taboão da Serra. Seria a primeira linha metroviária intermunicipal.

O que queremos expor com essa abordagem é que devemos atentar-nos para o partido que está na governança do Estado, sabendo que o mesmo estará na disputa pelos cargos dos poderes políticos municipais, a resposta da população para dar um basta a esses conchavos políticos e que sirva de lição a todos os demais partidos, não é o voto em branco ou nulo, mas sim, não votar em nenhum candidato do partido do governador.

Com essa atitude, todos os partidos passarão a agir com mais cautela e presteza a população e suas mendacidades serão substituídas por ações reais. Essa lição deve ser dada a todos os políticos que estão sempre no poder há anos e que até agora não contribuíram para as melhorias necessárias e com qualidade, porque se olharmos as obras públicas, são inacabadas ou de baixa qualidade por preços astronômicos. Obras finalizadas com falhas e algumas com erros grotescos de engenharia.

Fazer o mesmo em relação ao partido do Prefeito, que é do partido que esteve na presidência por anos e causou o rombo na economia do país, em detrimento da riqueza de seus partidários e abstraindo dinheiro de seus correligionários, por meio de ações fraudulentas. Não devemos reeleger quem já esteve no poder, Prefeito e vereadores, mas votar em candidatos que estão iniciando na política e que não pertençam aos partidos do Governador e do Prefeito, mas antes, verificar o histórico de cada candidato, para não elegermos pessoas inóspitas.

Leia o próximo post com abordagem sobre Eleições, Obrigações dos Vereadores e Prefeito, que de forma sucinta vamos relatar como devemos analisar cada candidato e cada partido que concorrem às vagas no Legislativo e no Executivo.

Seja multiplicador dessas informações e compartilhe em suas redes sociais. Exercitando a cidadania mudaremos a nossa história e a do nosso país!

domingo, 24 de julho de 2016

OS DIREITOS DO HOMEM

A Pessoa Humana

Jacques Maritain descreve sobre o assunto referente à dois aspectos metafísicos, a individualidade e personalidade, segundo ele, são distintos e criam atrações em conflitos entre si, em cada ser humano. Sendo indispensável focalizar e esclarecer a noção de pessoa para caracterizar conscisamente as relações entre a pessoa humana e a sociedade.

Seguiremos com a narrativa do autor, porém, faremos ponderação para enfatizar ou mesmo complementar. Cada pessoa é portadora de um grande mistério, a personalidade humana. O traço essencial de uma civilização é a noção e o respeito da dignidade humana. Há a ideia pacífica que devemos estar sempre preparados para oferecer a própria vida, para defender os direitos da pessoa humana e a liberdade. O autor faz dois questionamentos para que o sacrifício seja passível.

Qual o valor implícito na personalidade do homem? Que desejamos com precisão designar, quando falamos da pessoa humana?

O autor relata que ao afirmarmos que o homem é uma pessoa, significa que ele não é somente uma porção de matéria, um elemento individual na natureza, como um átomo e outros elementos individuais. E faz outro questionamento.

Onde estão a liberdade, a dignidade e os direitos de um pedaço individual de matéria?

Segundo o autor, os elementos individuais não dão suas vidas para defender os seus direitos e à liberdade. O autor cita um galho de chá, uma mosca e um elefante, como exemplo desses elementos. Prosseguindo com o texto, o homem é um animal e um indivíduo diferente dos demais. Ele se sustenta e se conduz pela inteligência e pela vontade não apenas de maneira física, pois, há nele uma existência mais rica e mais elevada, que o faz superexistir espiritualmente em conhecimento e amor. Sendo assim, de algum modo, um todo e não somente uma parte.

O homem é em si mesmo um universo, um microcosmo em que o grande universo pode ser contido por inteiro graças ao conhecimento, que pelo amor pode dar-se livremente a seres que são como outras encarnações de si próprio. Vejamos, essa descrição do autor nos permite um entendimento, ou vários, que está sujeito ao que temos preestabelecido pelos conceitos matizados pelo ambiente onde estamos inseridos. O leitor pode interpretar pela sua visão espiritualista, filosófica, sociológica ou científica, essa no que diz respeito à evolução da natureza. Mas, o autor a faz pela visão filosófica cristã.

Voltando ao texto. É impossível encontrar equivalente dessa relação por todo o universo físico, já nos termos filosóficos quer dizer que na carne e nos ossos do homem há uma alma que é um espírito e que vale mais que todo o universo material. A pessoa humana por mais dependente que seja dos menores acidentes da matéria, ela existe em virtude da própria existência de sua alma, que domina o tempo e a morte. É o espírito a raiz da personalidade.

Nessa noção está encerrada a de totalidade e independência, por mais indigente e esmagada que seja a pessoa é como tal um todo e que subsiste de matéria independente. Afirmando que o homem é uma pessoa, quer dizer que no intrínseco de seu ser ele é um todo, mais do que uma parte, mais independente que servo. Esse mistério da natureza da pessoa humana que o pensamento religioso designa, afirmando ser a pessoa humana a imagem de Deus.

O valor da pessoa, sua liberdade, seus direitos pertencem à ordem das coisas naturalmente sagradas, marcadas pela chancela do Pai dos seres, que tem nele o termo de seu movimento. A pessoa tem uma dignidade absoluta por estar em uma relação direta com o absoluto, no qual a pessoa pode encontrar sua plena realização. Todo o universo dos bens que têm um valor absoluto é a pátria espiritual da pessoa humana, esses bens refletem de algum modo um Absoluto superior ao mundo e que são atraídos por ele. O autor finaliza relatando sobre a equidade do senso da pessoa humana, indiferentemente de suas convicções filosóficas, pois, é comum a todos as filosofias reconhecerem a existência de um Absoluto superior à ordem total do universo, e o valor supratemporal da alma humana.


Para darmos por encerrado essa parte da leitura, reiteramos a existência da Principia das Ordens Sociais, nela toda sociedade esmera seus fundamentos autonomamente de seus segmentos. Continue acompanhando nossa Série de Leituras.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

OS DIREITOS DO HOMEM

O primeiro capítulo é constituído por temas e subtemas, acreditamos ser uma forma definida para facilitar o entendimento do texto e contexto.

A Sociedade das Pessoas Humanas
Descreve o livro como um ensaio de filosofia política e o seu objetivo geral é incitar o leitor a exercitar sua ideia sobre as relações entre a pessoa e a sociedade, também, aos direitos da pessoa humana. O propósito do autor foi estabelecido pela ocorrência do jogo existente, na guerra e na paz a ser ganha, a sorte da civilização. Convém atentar-se a dois detalhes:

O primeiro é quanto à afirmação sobre o jogo que se realiza, na guerra e na busca da paz. Sabemos que as Grandes Guerras Mundiais se findaram, porém, as de proporções menores são constantes, então, a paz tão anunciada à humanidade, não a temos vivenciado até os dias atuais. Essas guerras menores ocorrem têm ambitudes externas e internas, sendo que as externas ocorrem entre as nações pela disputa do poder por questões ideológicas, políticas e econômicas. As internas, por meio da violência estabelecida pelas desordens social, política e econômica.

A violência explícita é resultante da fragilidade do povo pela ausência de uma estrutura de políticas publicas que façam jus os direitos do homem, em detrimento aos interesses obscuros e tendenciosos presentes na cultura corruptela e impregnada na sociedade, plenamente explorada pelos detentores dos poderes político e econômico. Esses abstraem cada vez mais das suas artimanhas, para seguir mantendo a abusiva distribuição de renda e o uso da máquina pública para o escravagismo do povo, prevalece na relação a máxima, quanto pior, melhor! (vide nota)

O segundo ponto é a colocação do autor, Jacques Maritain, sobre as reflexões propostas por ele, às relações entre a pessoa e a sociedade e aos direitos da pessoa humana. Como podemos perceber, o livro nos possibilita uma visão holística pela existência de vários ângulos distintos e a viés política, econômica, sociológica, geográfica, filosófica, sendo as principais. O foco fica na questão da relação, sendo o objeto de estudo. Portanto, há a necessidade do entendimento sobre o homem como ser, indivíduo, e a sociedade como coletivo. Quanto aos direitos da pessoa humana é o complemento do objeto de estudo.

Finalizamos essa etapa do primeiro capítulo, possibilitando exercermos a reflexão inicial. Continue visitando nosso blog para acompanhar a nossa Série de Leituras.

Nota: Daremos início a Série de Leituras na Coluna Cidadania, sobre a responsabilidade de cada um e os meios para que ocorram as mudanças para o bem-estar da população.

domingo, 17 de julho de 2016

OS DIREITOS DO HOMEM

Finalizamos a segunda etapa do prefácio com a citação do autor das influências das visões distintas sobre o dito os “direitos do homem”. Nessa terceira etapa do prefácio, o seu autor, Alceu Amoroso Lima refere-se ao autor do livro Os Direitos do Homem.

Esta obra foi escrita pelo filósofo católico Jacques Maritain, que postergou a apologia dos direitos do homem e a compatibilidade com os princípios da revelação evangélica e da própria inteligência humana. Nota-se que o autor da obra tem os preceitos estabelecidos, então, não há dúvidas sobre as pretensões embutidas em suas palavras, mas isso, não desmerece e nem reduz o valor dessa obra, que expõe de forma clara as influências que estabeleceram regras reguladoras em busca da paz mundial.

Jaques Maritain operou a pedido do Papa Pio XI, este alarmado com a extensão do Fascismo, do Nazismo e da filosofia política totalitária. Vale a pena consultar sobre esses tópicos, para melhor entendimento e clareza sobre o desenvolvimento desse livro. Ressaltamos que o autor da obra teve reconhecimento e seu apogeu a partir da publicação, do que foi considerada a grande obra, do livro O Humanismo Integral. O autor transcendeu da filosofia pura para a filosofia política, atualizando os grandes princípios da filosofia política aristotélico-platônico (aparentemente contraditórios) com o princípio tomista fundamental da primazia da pessoa humana.

O autor do prefácio recorda que o princípio tomista derivava diretamente do Cristianismo, da importância substancial do ser humano e do seu destino sobrenatural e imortal. Já a filosofia política platônica e a aristotélica acentuavam a importância primacial da comunidade sobre a personalidade, assim como, o movimento socialista crescente e irreversível a partir do século XVIII. E no século XIX ocorreu a duradoura luta entre o individualismo dominante representado pela burguesia no Ocidente e o coletivismo militante representado pelo proletariado industrial.

Com a expansão do industrialismo e da tecnologia - com tendência ao surgimento do sistema de organização política e social fundado na supremacia dos técnicos – e com o progresso do pensamento socialista, sistematizado por Marxismo e realizado concretamente a partir de 1917 e da Revolução Russa. Esse choque de valores, Socialismo e Individualismo, se tornou relevo na história contemporânea. Isso contribui para a existência de outro choque de valores, o Socialismo e o Cristianismo, o Papa Pio XI proclamou a incompatibilidade entre eles, o que levou a revisão das posições recíprocas, em grande parte equivocadas, devido à confusão prática comum entre Cristianismo (Catolicismo) e concepção burguesa da vida.

O autor da obra, Jacques Maritain, desde a publicação do livro Humanismo Integral, em seus livros de filosofia política colocou o problema das relações entre o Homem e o Estado e entre a Pessoa Humana e a Comunidade Política em seus devidos termos, em um jogo de relações de reciprocidade hierárquica. Destacando os termos relativos à Pessoa humana como a Coletividade, o Homem com seus direitos e o Estado representante da comunidade, também, com seus direitos, assim, Jaques Maritain fez uso dos conhecimentos das fontes do passado filosófico da Humanidade, para apresentar seu ensaio filosófico e estabelecer sua doutrina, possibilitando transitar entre Socialismo e Cristianismo. Essa liberdade de expressão, em seus livros de filosofia política, o autor dos Direitos do Homem foi taxado como “comunista” e vinte e cinco anos após a primeira publicação, como “arcaico”. Como o próprio autor do prefácio descreve, o essencial dessa doutrinação continua intocável.

Segundo o autor do prefácio, Jacques Maritain tinha sua antipatia à fenomenologia e por Pierre Theilhard de Chardin (padre jesuíta, teólogo, filósofo e paleontólogo francês que tentou construir uma visão integradora entre ciência e teologia). E temores quanto à onda do Neomodernismo. Só que o próprio Alceu Amoroso Lima relatou que os temores do autor da obra eram infundados e que ele próprio (autor do prefácio) temia o Neotradicionalismo (Neoconservadorismo).

Finalizamos essa terceira etapa, para que você possa agregar mais esse conhecimento e ir formulando suas ideias, assim, perpetrar a reflexão. Continue acompanhando os posts, em breve, a quarta e última etapa do prefácio do livro Os Direitos do Homem.

OS DIREITOS DO HOMEM

Seguindo com a segunda conclusão do autor do prefácio à terceira edição do livro Os Direitos do Homem, Alceu Amoroso Lima, o que tem nos chamado atenção é que a leitura dessa obra nos mostra o quanto o seu conteúdo é real nos dias de hoje, ou seja, como se a publicação fosse recente.

O autor do prefácio descreve a sua segunda conclusão - sobre a realidade monstruosa da História contemporânea, definição do próprio autor - que os homens nada aprenderam com as catástrofes de 1914 e de 1939, sendo essa conclusão muito mais patética do que a primeira. Quanto às catástrofes citadas, em ambas o resultado foi o mesmo, segundo o autor: a inconformidade dos vencidos e a ilusão dos vencedores. Ambos com visões distorcidas da realidade, pois, os vencedores julgavam que haviam trazido a paz à Humanidade e os vencidos inconformados pela derrota, preparando-se para a desforra.

As duas grandes guerras foram empreendidas sob o pretexto de defender os direitos dos homens contra a tirania dos sistemas, porém, deixou uma verdade patente e experimental, que a violência não resolve. E que o homem moderno, apesar de todo do assombroso progresso técnico, continuava acreditar cada vez mais, contra a evidência histórica, que só a violência resolve. Detalhe, a leitura do conteúdo nessas poucas linhas, nos mostra que a humanidade ainda tem enraizada a crença que a violência resolve. Quando nos referimos à violência, afirmamos atuação dela em todas as formas – físico, psicológico, social, político, econômico etc. – e patamares, do menor até o mais alto grau.

Lamentamos quando as pessoas rejeitam comentar ou mesmo fazer uma reflexão sobre esse tema, principalmente, as que se dizem não afeitas aos assuntos de áreas humanas, porque seus interesses maiores são as exatas ou as biológicas. Ora, não desmerecendo nenhuma área de conhecimento, mas se não atentarmos para assuntos que abordam a questão de relacionamentos humanos, estamos à mercê dos condutores maquiavélicos que usurparão esse desinteresse e seguirão ditando as regras em conformidade à suas pretensões. O interessante é que o autor do prefácio faz referência a três procedimentos que se poderiam realizá-los, tendo a opção apenas de um deles: a cegueira pela simples atitude de fechar os olhos à evidência dos fatos (o que geralmente se faz); recorrer ao pessimismo cínico e incitar a violência como solução (assim fazem os extremistas), cruzar os braços e deixar tudo como está (a conformidade da massa inerte). Mas, o autor faz uso de um dito popular para incitar a insistência de uma postura ideal, para que ocorra a mudança de fato, em benefício de todos. Fica a nossa exclamação, a necessidade em sermos multiplicadores de informações pertinentes para que isso ocorra! Lembramos que estamos discorrendo sobre o prefácio do livro, então, todas as vezes que citarmos o autor é referente a Alceu Amoroso Lima. Quando discorrermos sobre os capítulos do livro, então, passaremos a nos referir ao autor da obra.

É fato histórico, que por muitos anos, para os católicos a expressão “direitos do homem” foi considerada suspeita, como bem lembra o autor, porque era tida como uma herança da Revolução Francesa e em contradição com a filosofia cristã da existência e os ensinamentos da Igreja e da História. Cita também a insurgência contra o individualismo dos princípios de 1789 pelos positivistas, que lançaram o slogan “deveres do homem” para sobrepor-se aos direitos que se destacaram na declaração da independência dos norte-americanos em 1776. e nos princípios revolucionários franceses em 1789.

Finalizamos essa segunda etapa do prefácio, para que você possa fazer a sua reflexão sobre a leitura dessa etapa e reler se necessário, a primeira etapa. Daremos prosseguimento a essa série, sobre a leitura do livro Os Direitos do Homem, não temos dúvidas, que contribuirá com a sua visão sobre a realidade dos fatos marcantes da relação humana e tudo que lhe condiz.

OS DIREITOS DO HOMEM

Iniciamos uma Série de Leituras. Sobre o tema da primeira série vamos discorrer o conteúdo de cada tópico, citando as fontes, para que você possa acompanhar cada detalhe que abordaremos. Não esqueça, que o objetivo principal é que você seja o multiplicador das informações, para que possamos criar essa aptidão à nossa cultura.

Segundo Alceu Amoroso Lima no prefácio do livro Os Direitos do Homem, fatos colaboraram para a definição formalizada sobre esses direitos. Com o nazismo vencido na Segunda Grande Guerra, a Democracia e o dito Socialismo¹ se aproximaram, onde ambos se fundiram, ou seja, a Democracia se socializou e o Socialismo se democratizou. A Igreja (Católica) e suas grandes encíclicas sociais, que imortalizaram João Paulo XXIII. O surto de totalitarismo comunista de extrema violência, no Extremo-Oriente. Métodos de revolução social com violência e estatização integral, que assumiram proporções catastróficas no Ocidente. Porém, em 1965 no mundo ainda pairava suspense o desejo de paz, desde a vitória sobre os nazistas. Fazemos a mesma pergunta presente no prefácio, só que em comparação aos dias atuais:
- Qual a primeira e a maior lição a tirar desse confronto entre nossos dias e o fim da Segunda Guerra?

Alceu Amoroso Lima prediz, o quanto é vão esperar das armas a solução dos problemas sociais. Vejamos que o colapso social que vivenciamos sim, isso é fato, as armas estão presentes como solução imediatista para imposição de regime totalitarista, tanto, em âmbito interno (de um país) como externo (país versus país). Só que passam despercebidos até que sejamos afetados diretamente por essa realidade, enquanto isso não ocorre, notoriamente nem pensamos sobre tal fato. E por que não dizer, que não queremos pensar sobre isso pela total falta de interesse?!

Com o fim do nazismo acreditava-se que teria desaparecia a maior ameaça aos destinos da humanidade e da civilização. Seguimos com as perguntas presentes no prefácio do livro:
- Será que a Humanidade e a Civilização não continuam hoje tão ameaçadas como então²? Os direitos do homem não se acham hoje sujeitos aos mesmos perigos? Será que a violência, o sangue, a força militar, o esmagamento pelos tanques, artilharias e bombardeios aéreos em massa, contra civis e militares, contra cidades fortificadas ou abertas, conseguiram trazer a tão desejada paz ao mundo?

O autor do prefácio cita a paz mais que precária, porque na realidade houve a assombrosa e acelerada corrida armamentista que se tem multiplicado e se estende em preparativos universais e que leva a Humanidade a uma destruição recíproca dos adversários políticos e econômicos, ou mesmo a volta à barbárie e à tirania mais primitiva. Tudo isso em absoluta contradição com a dita luminosa doutrina dos Direitos do Homem. Ele define também que a moral que se tira dessa realidade monstruosa da História é que a violência não resolve.

Fazemos uma pausa a sua reflexão! Queremos lembrar, que há muito o povo brasileiro se iludiu que não vivia em um país violento, mas os registros mostram claramente o quanto estávamos enganados, e que há no momento presente uma tenebrosa possibilidade do país vivenciar mais uma vez, a violência externa.

1. Teremos uma série sobre socialismo, onde você terá sua própria conclusão da real existência ou não desse regime.
2. Comparação aos dias de hoje com o domínio nazista e a Segunda Grande Guerra Mundial.